Um setor que mundialmente vem buscando tecnologias mais eficientes para dar suporte às suas operações, com relativo sucesso, é o de segurança pública.
por Guilherme de Assis Brasil*

Vivemos na “Era da Informação” e é realmente impressionante como, a cada dia, aumenta a nossa capacidade de produzir dados de todos os tipos.

Com o surgimento e a massificação das redes sociais, além da própria expansão do acesso à internet, multiplicou-se também o potencial de difusão desse enorme volume de conteúdo produzido.

Esse fenômeno começou então a ser estudado de maneira mais organizada e hoje é largamente debatido através do termo Big Data, ou, numa tradução livre, “grande quantidade de dados”.

Em geral, as aplicações e os conceitos de Big Data são tratados pela mídia especializada em tecnologia, com visões e linguagens nem sempre acessíveis aos cidadãos comuns, inseridos apenas como usuários no universo da tecnologia da informação.

De forma bastante resumida, podemos separar os dados atualmente produzidos em três grandes grupos: dados estruturados, dados não estruturados e dados provenientes de IoT (Internet of Things - Internet das Coisas), que também podem se apresentar como “estruturados” ou “não estruturados”.

IoT também é um termo atualmente muito discutido na mídia especializada em tecnologia, e relacionado com Big Data, basicamente representa as informações produzidas por dispositivos eletrônicos conectados à internet. Imagine um aparelho que você coloca na sua casa para medir a temperatura ambiente (exemplo: netatmo - www.netatmo.com) e que está conectado na internet. Esse equipamento tem capacidade de produzir sozinho, sem a intervenção humana, uma enorme quantidade de informações, que se for desejo do usuário, pode se tornar pública e contribuir para o mapeamento da temperatura no mundo. Esse é um pequeno exemplo de “Internet das Coisas".

Os dados no equipamento citado no exemplo de IoT acima podem ser armazenados em um sistema (programa de computador) que utiliza tecnologias específicas de armazenamento organizado de informações baseadas em modelos pré determinados, e dessa forma passam a ser “dados estruturados”. Mas os dados produzidos pelo equipamento também podem ser utilizados pelo proprietário para escrever em seu perfil no Facebook um histórico da temperatura em sua casa, e nesse caso apresenta-se em forma de “dados não estruturados”.

Conhecendo os conceitos acima, imagine agora a quantidade de informações que se pode extrair de todos os dados disponíveis hoje, não apenas na internet, mas nos milhares de sistemas e computadores de empresas e órgãos do governo.

Será que é possível utilizar tecnologias de Big Data nessa enorme massa de informações em benefício da sociedade? A resposta é sim!

Um setor que mundialmente vem buscando tecnologias mais eficientes para dar suporte às suas operações é o de segurança pública. Praticamente todas as instituições que atuam nessa área possuem, em sua estrutura, uma ou mais unidades de inteligência, dedicadas ao trato de quantidades incríveis de dados. Isto é algo bastante corriqueiro. Atualmente, as atividades de investigação envolvem receber, armazenar e processar dados das mais diversas fontes (estruturadas e não estruturadas), como perfis em redes sociais, dados cadastrais de pessoa física e jurídica, informações sobre veículos, áudios obtidos com processos de interceptação legal e outras tantas fontes disponíveis.

Dentro desse mar de dados é necessário encontrar os vínculos entre eles, entender como eles estão geograficamente distribuídos, correlacionar a abordagem de textos diferentes que possuem o mesmo sentido e garimpar informações relevantes dentro de centenas ou milhares de textos. Para dar conta dessa missão e obter resultados rápidos e eficientes, as unidades de inteligência lançam mão de produtos — equipamentos e programas de computador — que se utilizam de tecnologias de Big Datapara entregar aos investigadores ferramentas poderosas, que permitem a realização de todas essas análises.

Um exemplo recente, amplamente divulgado pela mídia, é o da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina, que adquiriu um produto de tratamento de Big Data para apoio à inteligência. Trata-se do “Guardião”, como é conhecido. O sistema foi desenvolvido no Brasil pela empresa catarinense Dígitro Tecnologia e é parte de uma plataforma chamada IntelleTotum, que aplica vários conceitos de Big Data para transformar dados isolados em informações de inteligência.

Com a capacidade de tratar de maneira eficiente um número muito maior de dados, a polícia catarinense poderá responder de forma mais efetiva aos crimes e, principalmente, também preveni-los.

Olhado sob o aspecto desse exemplo da segurança pública, fica fácil observar que Big Data não é algo que podemos considerar uma moda momentânea das empresas de tecnologia, mas sim, um conceito que já está sendo aplicado em benefício de toda a sociedade.


(*) Guilherme de Assis Brasil é diretor de Desenvolvimento e Tecnologia da Dígitro

Fonte: cio.com.br




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