por Adriano Dias, Assessor de Projetos Especiais.
É surpreendente o crescimento do uso de ferramentas de comunicação on-line. Seja por voz ou mensagens instantâneas, nunca se viu crescimento tão vertiginoso na história da humanidade. Muito disso se deve à altíssima mobilidade experimentada pelas pessoas que, agora, tem em seu dispositivo móvel (smartphone e tablet, principalmente), a mais eficaz ferramenta de atuação pessoal, profissional e social.
Por óbvio, cresceram também as vulnerabilidades e violações à privacidade, em igual proporção. Tais violações tem finalidades das mais variadas, desde aquelas por questões pessoais, até as criminosas. Em alguns casos, os provedores desses serviços podem “permitir” ou serem obrigados a possibilitar o acesso às mensagens, aos órgãos de países onde têm suas sedes ou onde ficam sediadas suas infraestruturas de hospedagem.
Outro ponto vulnerável está nos próprios dispositivos que hospedam essas ferramentas de comunicação interpessoal. Por mais criptografadas que sejam as mensagens armazenadas, o uso de técnicas apropriadas de quebra permite alcançar os conteúdos decifrados (“descriptografados”). Com as mídias trocadas por meio destes softwares (fotos, vídeos ou mesmo áudios enviados como mensagens instantâneas) as coisas podem ser ainda mais fáceis.
Como a segurança no tráfego das mensagens é mais custosa de ser quebrada, principalmente em países como Brasil onde inexistem infraestruturas de hospedagem das principais ferramentas utilizadas, basta você se descuidar e alguém com experiência, em poucos minutos, lhe copia tudo que tem no seu dispositivo, seja ele um smartphone, tablet, notebook, microcomputador ou qualquer outro e, depois, com calma, quebra a criptografia.
As vezes essas violações à sua privacidade lhe trazem prejuízos materiais ou, noutros casos, prejuízos à sua imagem e credibilidade ou mesmo à imagem da sua empresa ou instituição, principalmente se usadas com certa carga de habilidade e malícia. Neste sentido, pode-se afirmar que quando uma informação estiver expressa (fora da mente humana, num texto, numa foto, num vídeo ou num áudio) ela estará vulnerável. Imagine quando ela está no seu dispositivo, no dispositivo da pessoa com quem você trocou a mensagem e num ou mais servidores que instrumentalizaram a troca dessa mensagem. Quanto mais lugares a mensagem estiver expressa (gravada) maior será a vulnerabilidade.
Como, então, aliar a mobilidade com a segurança? Hoje se diz que nenhuma oferta tecnológica terá sucesso se não tiver suas funções ou parte delas disponíveis num dispositivo móvel. A resposta a essa pergunta nos remete ao “telefone sem fio”: aquela brincadeira que fazíamos quando crianças onde a mensagem só ficava na mente dos interlocutores (emissor e receptor da mensagem). É com base neste antigo conceito que estão surgindo ferramentas de suporte à “intercomunicação de pessoas”.
São plataformas de comunicação onde as mensagens, sejam elas de voz ou mensagens instantâneas (vídeo, foto ou áudio gravado), trafegam de maneira criptografada e, além disso, simplesmente não são armazenadas em qualquer lugar: nem no servidor, nem nos dispositivos. As mensagens trocadas ficam, após recebidas (ouvidas ou visualizadas), tão somente na cabeça das pessoas que as emitiram e receberam.
Outro ponto forte dos intercomunicadores de pessoas é que, além do tráfego dessas mensagens ser fortemente criptografado como acontece hoje em dia, o servidor que propicia a comunicação fica hospedado na sua empresa ou instituição ou, alternativamente, em provedores de serviço confiáveis contratados com cláusulas de inviolabilidade. Ter um servidor de mensagens só seu onde só pessoas que você deseja tenham seus dispositivos registrados pode ser uma ótima opção para trocar mensagens e conversar.
Se você trabalha com informações sensíveis e precisa se comunicar com pessoas da sua equipe ou da sua relação pessoal, então você precisa de intercomunicadores de pessoas, ferramentas suficientemente seguras que mantém a mobilidade sem perda da sua privacidade. Como ninguém mais possui um único canal de comunicação (conheço pessoas que usam até oito formas diferentes de se comunicar e o telefone convencional é a última delas), os intercomunicadores pessoais aparecem como grande complemento no seu dia a dia sem aumento do número de equipamentos que você tem que levar.