Ao construir sua nova sede em Florianópolis, a Dígitro investiu 15% a mais em materiais e tecnologia para tornar o projeto sustentável – e colhe agora os resultados do planejamento.
Há dois anos, é em um prédio revestido de pastilhas brancas, que aproveita água da chuva e energia solar, que trabalham cerca de 600 funcionários da desenvolvedora brasileira de soluções em inteligência, TI e telecom.
“Queríamos um prédio que representasse um pouco da empresa e do que a gente imagina de Florianópolis – uma cidade com vocação para tecnologia e também para o verde e a natureza”, explica Luiz Aurélio Baptista, diretor administrativo e de qualidade da Dígitro.
O projeto começou há cinco anos, levou dois para ser estruturado (devido á busca por parceiros e fornecedores de materiais sustentáveis) e mais um para a construção. “Hoje, temos uma economia de luz de 25% se comparada a um prédio normal e uma conta de água muito pequena para uma empresa desse porte – ela beira os mil reais”, diz Baptista.
Tudo graças ao sistema de captação de água da chuva nos beirais especialmente construídos com essa finalidade, com capacidade de 60 mil litros de armazenamento. A água coletada é destinada a descarga dos banheiros, que corresponde a 70% do consumo.
Quanto à luz e refrigeração, uma série de sistemas simples permite a economia. O primeiro deles é uma abertura no centro do prédio, por onde entra luz natural em todos os andares. Há também células fotovoltaicas e luminárias que podem ser controladas de acordo com a necessidade de luz do ambiente. “O prédio é todo claro, com telhado e pastilhas brancas, o que já garante um ganho de 2ºC na temperatura”, explica o diretor. “Os vidros são especiais, insulados, pois permitem a iluminação perfeita mas só deixam passar 30% do calor”, diz.
O esgoto que sai do prédio também é tratado com microorganismos e dispensa a aplicação de cloro na etapa final. Os resíduos saem com 93% de pureza e parte da água resultante é utilizada para a irrigação de jardins.
“As pessoas têm a visão de que, ao investir em um edifício verde, leva-se muito tempo para recuperar. O que estamos vendo é que ele custou apenas 15% acima de um prédio normal e esse valor será recuperado em cinco ou seis anos”, diz Baptista. O diretor cita ainda os benefícios indiretos, como a importância que muitos clientes dão a esse tipo de iniciativa na hora de escolher um fornecedor. “Sentimos que as pessoas gostam do projeto quando visitam a Digitro e, no fim, o que fizemos hoje por vontade, com certeza, em alguns anos, terá que ser feito por lei”, diz.