Amadores, Éder Dias, Charles Herdt e Rafael Pina trabalham na mesma empresa e dividem ansiedade e preparação para a principal corrida de triatlo, neste domingo.

Começou com Éder Dias em 2005. Aos poucos, o "louco" virou exemplo e contagiou os colegas. Tanto que hoje eles são três. Dez anos depois, Éder, Charles Herdt e Rafael Pina vão representar a empresa onde trabalham na disputa do Ironman de Florianópolis, neste domingo, na categoria amadores. O incentivo começou no escritório, onde a atividade física tornou-se uma rotina. E, aos poucos, vai contaminando aos poucos. Outros funcionários mostram interesse na disputa nas próximas edições, e alguns já realizam provas mais curtas.

Aos 54 anos e no seu sétimo Ironman, Éder comemora neste fim de semana o aniversário de 10 anos na competição. Antes corredor de rua, o gerente de suporte conheceu essa prova de triatlo em 2003. Assistiu a uma competição em Florianópolis e se apaixonou. Hoje, a modalidade faz parte total de sua vida.

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- Vi o pessoal fazendo e gostei. Daí disse para mim: "Acho que é essa loucura que vou fazer". A primeira prova, ao mesmo tempo que foi difícil, foi emocionante. Treina muito o corpo, pois é um desafio de aproximadamente 13 ou 14 horas e de competição contínua. Hoje, para mim, é um estilo de vida. Não tem explicação. É como o surfe para o surfista - conta Éder, em entrevista ao GloboEsporte.com.

Totalmente ao contrário. Foi assim que o Ironman entrou na vida de Rafael Pina, 41. O engenheiro sempre gostou de esportes e praticava corrida de aventura. Cinco meses antes da edição de 2009, decidiu que partiria para a principal competição de triatlo. Como tinha uma base, não achou tão difícil. E ver Éder realizando a prova também serviu de incentivo.

- Eu achava um pouco sem noção. Olhava para o Éder e ficava pensando: "É louco". Ele colocava pilha e foi contaminando. Foi apenas cinco meses de preparação para o primeiro, mas tinha bastante bagagem de corridas de distância longas. Tinha uma base aeróbica. Fiz para conhecer, bem de boa e completei muito bem. Daí comecei a fazer outras provas de triatlo, provas mais leves, mais curtas. Fiz o caminho inverso - lembra, em meio a risadas.

O caminho seguiu. Rafael convenceu outro colega: Charles Herdt, também engenheiro, 35, que vai estrear neste fim de semana. A preparação tem sido boa. Além de provas curtas, ele completou o meio Iron duas vezes, no ano passado. Há dois anos, ele estava obeso e começou a levar a prática de atividades físicas mais a sério no local de trabalho, com o exemplo dos demais funcionários.

- Antes eu corria, participava de algumas provas, mas era algo bem esporádico. Daí comecei a fazer natação no horário do almoço. E uma colega de trabalho brincou comigo: "Pô, Charles, você já faz natação e sabe pedalar bem. Então vamos fazer triatlo". Fui evoluindo e participando das provas. No ano passado, participei do meio Iron em Miami (EUA) e em Florianópolis. E dentro da Dígitro (local onde trabalham), há muito incentivo para o esporte - disse Charles, ressaltando que atualmente está com Índice de Massa Corpórea (IMC) considerado ideal, e não mais obeso.

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TREINO INTENSO
Mas não é uma tarefa fácil o período anterior à prova. Os treinamentos exigem boa parte do tempo, o que torna uma missão complicada conciliar trabalho, vida social e atividades físicas para o Iron. Saber adaptar-se é o essencial. Hora do almoço vira tempo para uma corrida. O percurso ao trabalho pode ser feito de bicicleta. E um passeio na praia torna-se natação. 

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Eles treinam cerca de 20 horas por semana. Nem sempre o trio se encontra para as atividades. Cada um busca adequar-se melhor em relação à rotina própria. Mas um serve de exemplo para o outro para não desistir. Rafael, por exemplo, lembra que em alguns momentos acordou de madrugada para nadar. Estava escuro e saiu do mar com o "dia claro". Charles geralmente treina depois do expediente. É comer algo rápido e seguir com a preparação.

 - O triatleta acorda de manhã, daí treina, depois vai trabalhar, almoça, trabalha e treina de novo. Antes de um Iron, vive um ciclo intenso de treinamento que dura praticamente seis meses. É de segunda a segunda. E abre mão de muita coisa no lado social por causa de um esporte. Mas quando completa a prova, é algo mágico - conclui Éder.

A PROVA
A estimativa da organização é de que 2 mil competidores encarem os 3,8 km de natação, os 180,2 km de ciclismo e os 42.2 km de corrida, no tempo limite de 17 horas. Os triatletas de elite devem completar a prova com tempo estimado de oito horas, conforme o ano passado. Porém não faltarão os que podem ficar próximos do limite, porque os considerados amadores também foram atraídos à prova catarinense.

A competição vai dar 75 vagas para o Mundial de Ironman no Havaí, previsto para outubro e divididos por faixas etárias. O Ironman de Florianópolis tem programação que envolve exposição e treinamentos para ambientação dos competidores. No entanto, o grande momento é a prova, no domingo. A largada será às 6h45 para a elite masculina, com o começo da competição feminina cinco minutos depois. Às 7h será a largada da categoria faixa etária, que divide triatletas amadores por idade. A prova terá área de transição e chegada no clube Doze de Agosto, em Jurerê Internacional.

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Fonte: GloboEsporte.com




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